"Posso, neste momento, ter divergências, que são reais e evidentes em relação ao doutor Rui Rio, mas serei o primeiro a dizer que o considero das pessoas mais sérias na política portuguesa", frisou Luís Filipe Menezes, em declarações à Lusa sobre as operações 'swap' (contratos de cobertura de risco) na Metro do Porto..Admitindo "discordar" da forma como o Porto tem sido gerido, o também candidato do PSD à autarquia portuense afirmou-se "implacável na defesa da seriedade intelectual" de Rui Rio.."Posso discordar de muitas coisas da gestão do Porto dos últimos dez anos, mas há uma coisa em que sou implacável: na defesa da seriedade intelectual do doutor Rui Rio", vincou, no fim de uma reunião com o reitor da Universidade do Porto..Menezes disse conhecer "mal o assunto" dos contratos 'swap', mas destacou a "seriedade à prova de bala" dos autarcas com representação na empresa, nomeadamente de Rui Rio, durante muito tempo presidente da Metro do Porto.."Há uma coisa da qual estou completamente seguro: do ponto de vista da seriedade das pessoas envolvidas, nomeadamente dos autarcas e do presidente da Câmara do Porto, não tenho quaisquer ilusões nem quaisquer dúvidas: acho que são pessoas de uma seriedade à prova de bala", disse. .O ainda presidente da Câmara de Gaia considera que "a única questão que é preciso saber" em relação aos contratos 'swap' é "com que tipo de transparência e com que tipo de ganhos públicos foram efetuados"..Menezes rejeita, contudo, que "Rui Rio ou qualquer autarca esteja envolvido em qualquer processo menos transparente à volta de matérias como essa".."Os contratos 'swap' eram contratos financeiros que, nas últimas décadas, foram utilizadas por várias instituições públicas e privadas", observou..Referindo ter sido "sempre saneado" da administração da Metro do Porto, Menezes defendeu não poder "dizer que tudo foi legal e correto", por não conhecer os processos, mas salientou ser inquestionável a seriedade dos autarcas.."Nunca me quiseram como administrador do metro, fui sempre saneado, mantiveram-me sempre longe e distante de todos esses processos. Não posso dizer que tudo foi legal, que tudo foi correto, porque não conheço. Mas a minha convicção é fortíssima de que, em matérias de seriedade, os autarcas, nomeadamente o doutor Rui Rio, são inquestionáveis".A imprensa de segunda-feira referia que a saída de Silva Peneda e Braga Lino do Governo - exonerados dos cargos de secretário de Estado adjunto do ministro da Administração Interna e de secretário de Estado adjunto e da Defesa Nacional, respetivamente - se deveu a eventuais irregularidades detetadas pela Inspeção-Geral de Finanças em contratos de risco que negociaram quando eram gestores da empresa Metro do Porto.